28 de maio de 2011

Não é bem assim



    Na escola sentada a meia luz, sentia que dentro de si estava mais frio que aquele dia de inverno. Fechando os olhos numa tentativa frustrada, afundou-se no mais sombrio de sua alma buscando as respostas tão desejadas para perguntas difíceis, aquelas que nenhum de nós está preparado para conhecer. Acontecera em uma tarde de maio e foi lamentável perceber que sua opinião estava errada e justo sobre quem; tinha a idéia formada de que não era necessário a companhia dos outros. Estava errada. Achava-se: ''Completamente auto suficiente.'' E como doeu ver que sua independência estava abalada, que precisava da preocupação de alguém.
    Olhou para o céu a implorar por uma explicação mas não a recebeu do jeito que esperava, ela não caiu nos seu colo como num passe de mágica. E naquele arco íris vasto que se formava não achou graça, talvez se prestasse um pouquinho mais de atenção perceberia que lá estava a chave de seu enigma. Uma das cenas mais belas contempladas por nós, reles mortais; depois da escuridão e da turbulência ele aparece com seus ares divinos para nos lembrar que por mais difíceis e intermináveis que pareçam certos obstáculos, eles sempre caem por terra. Acredite: o bem prevalece.
  O sino tocou interrompendo suas cismas, a vida continuava, se levantou e lembrou-se de por o mais belo sorriso nos lábios e andou fingindo esquecer do peso do mundo, do seu mundo, que carregava nas costas. Tantos mitos surgiram ao redor das mulheres, mas ao contrário do que muitos homens pensam, nós não somos formadas de ferro ou de puro sentimento, nenhuma de nós chega ao extremo. Mera quimera. Cada uma é formada de suas opiniões e preferências e nossa unica semelhança é possuir aqui dentro um mar de confusões onde as vezes até nós nos afogamos.